Xutos, um major, um Figo e uma cebola mol

Há cada vez mais ouvintes e mesmo fãs de Xutos a reconhecer a baixíssima qualidade do último albúm. De resto não seria sequer necessário ouvir o albúm em questão quando são os próprios elementos dos Xutos a admitir que "as músicas foram escritas à última", ou seja, em cima do joelho porque tinha de sair alguma coisa. "Como os miúdos da escola" lia-se numa entrevista.

Esta falta de qualidade a que me refiro não se baseia em gostos ou estilos: é uma questão de senso comum - qualquer pessoa que consiga distinguir os Cebola Mol dos U2 percebe que o som é péssimo, as letras ridículas, o som mal-tratado... enfim!

E se ainda se percebe que se comprem os cd's (nunca se sabe o que lá vem dentro, se bem que no caso dos Xutos 30 anos já deviam ter ensinado muita coisa a muita gente) não se percebe como ainda muitos não conseguem admitir o baixíssimo nível de um albúm assim e, ainda por cima, ir a um concerto em Corroios e uns dias depois a outro em Grândola!

Faz-me lembrar o major Valentim, que toda a gente sabe que é corrupto, que deu uns frigoríficos e uns microondas em troca de uns votos, que tem perfil de tudo menos de Presidente do que quer que seja MAS ...tem obra feita. Os Xutos, consta, também têm obra feita. Mas essa obra com o tempo torna-se devoluta. E se uma casa pode demorar 40 anos a ficar em mau estado umas musiquetas em 10 anos são lixo, a não ser que sejam de verdadeira qualidade (iron man, forever, stairway to heaven... só para dar alguns exemplos aqui à mão).

Mas mesmo que os Xutos tivessem 2 ou 3 músicas de verdadeira qualidade (e consegui escrever isto quase sem me rir), elas há muito que não justificam por si só o sucesso de uma banda que tem como argumentos menos de uma mão cheia de músicas aproveitáveis (é esta a classificação que considero mais justa e mesmo assim generosa)! Tal qual concerteza o facto de o Figo ter sido um jogador excepcional não justificará jogar (sem ser solteiros vs casados) aos 50 anos...